quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lá está ela, mais uma vez. Não sei,
não vou saber, não dá pra entender
como ela não se cansa disso. Sabe
que tudo acontece como um jogo,
se é de azar ou de sorte, não dá
pra prever. Ou melhor, até se pode
praver, mas ela dispensa.Acredito que essa moça, no fundo
gosta dessas coisas. De se
apaixonar, de se jogar num rio
onde ela não sabe se consegue
nadar. Ela não desiste e leva bóias.
E se ela se afogar, se recupera.Estranho e que ela já apanhou
demais da vida. Essa moça tem
relacionamentos estranhos, acho
que ela está condicionada a ser
uma pessoa substituta. E quem não
é?A gente sempre acha que é especial
na vida de alguém, mas o que te
garante que você não está somente
servindo pra tapar buracos,
servindo de curativo pras feridas
antigas?A moça...ela muito amou, ama,
amará, e muito se machuca
também. Porque amar também é
isso, não? Dar o seu melhor pra
curar outra pessoa de todos os
golpes, até que ela fique bem e te
deixe pra trás, fraco e sangrando.
Daí você espera por alguém que
venha te curar.As vezes esse alguém aparece,
outras vezes, não. E pra ela? Por
quem ela espera?E assim, aos poucos, ela se
esquece dos socos, pontapés,
golpes baixos que a vida lhe deu,
lhe dará. A moça - que não era
Capitu, mas também tem olhos de
ressaca - levanta e segue em
frente. Não por ser forte, e sim pelo
contrário...por saber que é fraca o
bastante para não conseguir ter
ódio no seu coração, na sua alma,
na sua essência. E ama, sabendo
que vai chorar muitas vezes ainda.
Afinal, foi chorando que ela, você e
todos os outros, vieram ao mundo.

Pablita

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

“No fim destes dias encontrar você
que me sorri, que me abre os
braços, que me abençoa e passa a
mão na minha cara marcada, na
minha cabeça confusa, que me olha
no olho e me permite mergulhar no
fundo quente da curva do teu
ombro. Mergulho no cheiro que não
defino, você me embala dentro dos
seus braços e você me beija e você
me aperta e você me aquieta
repetindo que está tudo bem, tudo,
tudo bem.” Caio Fernando Abreu .

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"— Queria ser um apartamento. — Sei, mas que tipo?
Ele suspirou: — Uma quitinete. Sem telefone. "
Caio F. Abreu .